A inovação nos cuidados de saúde é fundamental não só para a adoção de novas tecnologias e procedimentos médicos avançados, mas também para a criação de uma cultura de aprendizagem e desenvolvimento contínuos no mundo profissional. Por um lado, assistimos a avanços nos equipamentos médicos e em tecnologias portáteis mais precisas para a monitorização de pacientes e, por outro lado, assistimos a uma grande mudança na formação dos profissionais de saúde.

No Brasil, a inovação enfrenta grandes desafios, especialmente no setor da saúde. Dados de pesquisas recentes revelam um quadro preocupante. Um relatório Endeavor publicado em 2016 observou que apenas 6,2% das instituições de ensino do país oferecem programas voltados para a criação de novas tecnologias e soluções inovadoras, destacando as deficiências das universidades brasileiras na promoção da inovação.

Além disso, uma pesquisa realizada pela Brasil Júnior em 2019 revelou que 57% dos estudantes brasileiros desconheciam a existência de ambientes dedicados à inovação nas instituições de ensino ou não tinham acesso a eles. A falta de informação e de acesso a esses espaços representa um desafio crítico que precisa ser enfrentado para fomentar um ambiente mais inovador nas universidades.

Para Evelyn Bittencourt, gerente de projetos do InovaHC, programas de inovação como o In.Cube são essenciais não apenas para o avanço da tecnologia e da inovação no atendimento ao paciente, mas também para a melhoria da experiência e da qualidade das soluções desenvolvidas. “O programa é estruturado em três blocos principais e um de nossos focos é mapear as necessidades dos diferentes usuários e atores no setor da saúde. Buscamos desenvolver soluções que sejam verdadeiramente úteis tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. Muitas vezes, a tecnologia e a inovação criadas não são bem recebidas ou são difíceis de implementar, o que demonstra a importância de criar produtos e serviços que atendam às reais necessidades das pessoas,” afirma.

O Hospital das Clínicas da FMUSP, o maior complexo hospitalar da América Latina, tem desempenhado um papel fundamental no estímulo à inovação por meio do programa In.Cube. O objetivo do programa é ensinar ferramentas e técnicas tecnológicas que variam conforme o tipo de projeto. “Às vezes trabalhamos com modelagem 3D para projetos físicos, outras vezes com prototipagem digital para aplicativos, entre outros métodos. No entanto, nosso maior objetivo é capacitar os participantes para que possam desenvolver projetos de inovação em saúde com autonomia, focados em resolver problemas e atender às necessidades dos múltiplos atores do sistema de saúde,” completa Evelyn.

Programas que incorporam este progresso, como o In.Cube, fomentam projetos inovadores que combinam tecnologia e soluções práticas para enfrentar os desafios da saúde pública. Desde 2020, a iniciativa do InovaHC tem incentivado equipes multidisciplinares a desenvolver conceitos promissores na área da saúde. Ao longo de um ano, 16 equipes são treinadas para enfrentar os desafios do mercado e buscar não apenas financiamento, mas também parcerias estratégicas. Seus números já contabilizam 199 projetos inscritos, 72 projetos selecionados, 66 tecnologias apoiadas pela iniciativa, 732 pessoas capacitadas, 17 soluções com interesse de investimento e 5 projetos em fase de investimento. 

Durante o programa, as equipes apresentam suas soluções em diversas áreas, como biotecnologia e desenvolvimento de software. A avaliação rigorosa da banca examinadora premia o melhor desempenho e destaca a importância de compreender as reais necessidades dos usuários e desenvolver modelos de negócios sustentáveis.

Portanto, a integração da exploração de tecnologias avançadas com o desenvolvimento de habilidades dos profissionais de saúde revela-se crucial para a transformação do setor. O In.Cube não só promove projetos inovadores, mas também fortalece uma cultura de inovação e colaboração, gerando um impacto social positivo e melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Para mais informações sobre como participar do Programa In.Cube e contribuir para a melhoria contínua dos serviços de saúde no Brasil, clique aqui.